26 novembro, 2007

Para Raquita, com saudade e vontade de matar desejo.
Vem me aquecer, vem. Que hoje é dia cinza, de chuva e os ventos ameaçam levar telhados.
Vem me aquecer, vem. Que hoje é dia sozinho, desses que não trazem pássaros e nem canto de cigarras.
Vem me ver e me trazer parte das suas esperanças, as minhas deixei-as no meu quarto de criança. Vem me beijar, morder, bater.
Só te peço que me tire desse precipício.

17 agosto, 2007

E assim é viver e não se saber. Ontem, um fragmento de mim pairou sobre a sua cama. Estava ali, mas não era eu. Você, como há muito tempo, já não estava. Embora corpos juntos, o silêncio era de ausência e não de tranquilidade. Depois de alguns dias percebi que sempre se incompreende, que o saber é um escorregar.


Van Gogh

Sempre Bethânia. O autor eu não o sei, mas ouvir Maria dizer isto é água no deserto.
Quando o Amor Vacila
(Autor Desconhecido)
Eu sei que atrás deste universo de aparências, das diferenças todas, a esperança é preservada.Nas xícaras sujas de ontem o café de cada manhã é servido.
Mas existe uma palavra que não suporto ouvir, e dela não me conformo.Eu acredito em tudo, mas eu quero você agora.Eu te amo pelas tuas faltas, pelo teu corpo marcado, pelas tuas cicatrizes, pelas tuas loucuras todas, minha vida.Eu amo as tuas mãos, mesmo que por causa delas eu não saiba o que fazer das minhas.Amo teu jogo triste.As tuas roupas sujas é aqui em casa que eu lavo.Eu amo a tua alegria.Mesmo fora de si, eu te amo pela tua essência.
Até pelo que você poderia ter sido, se a maré das circunstâncias não tivesse te banhado nas águas do equívoco.Eu te amo nas horas infernais e na vida sem tempo, quando, sozinha, bordo mais uma toalha de fim de semana.Eu te amo pelas crianças e futuras rugas.Eu te amo pelas tuas ilusões perdidas e pelos teus sonhos inúteis.Amo teu sistema de vida e morte.Eu te amo pelo que se repete e que nunca é igual.Eu te amo pelas tuas entradas, saídas e bandeiras.Eu te amo desde os teus pés até o que te escapa.Eu te amo de alma para alma.
E mais que as palavras, ainda que seja através delas que eu me defenda,quando digo que te amo mais que o silêncio dos momentos difíceis, quando o próprio amor vacila.

29 julho, 2007

Ainda hoje guardo na boca o beijo que você não deu.

12 maio, 2007

Não me venha com certezas, o que quero hoje é [o] improvável.

28 abril, 2007

Penso que esses dias não são verdadeiros, que minha cara de feliz irá se desfazer ao som da primeira campainha que anuncia uma visita indesejada. Penso que a felicidade não é para mim e o que restou foi uma espécie de comida insossa ou música insonora. Sinto esbarrar nos fragmentos do que poderia ter sido nossas vidas se não fosse esta vida [im]possível. Hoje... Queria poder eternizar momentos, ausência lá fora, nós aqui dentro, sozinhos, inteiros. Os dias anunciam a falta que possuo, falta de mim em você. Queria encher vento, dar forma, contornar O vazio, preencher as lacunas, juntar os hiatos, separar o número um. Mais uma vez e de novo, sendo eu em você e você sendo Outro.

24 março, 2007

Eu ainda me surpreendo. Geralmente com coisas boas, belas, estranhas, mas nesta semana foi diferente. Me surpreendi com a estupidez humana. Com a burrice, burrice mesmo. Não falta de inteligência, no sentido de aptidão para aprender, burrice de não ver, de não querer ver, de olhar só para o umbigo. Burrice, burrice, burrice. Você pode me dizer: Também vai entrar no orkut é nisso que dá. Eu respondo: Era uma comunidade de médicos, eles têm o nível superior, estudaram mais de 10 anos... E você me responde: entendi. Prometo, nunca li nada parecido. Nem entre eles as coisas vão bem. Me surpreendi com os profissionais que cuidam da nossa sáude. estou simplesmente chocado e por hora prefiro ficar doente ou procurar uma curandeira.

17 março, 2007

Não quero sorrir, nem chorar, nem nada.

22 fevereiro, 2007

Sei não, não sei mesmo e há muito tempo. Desconheço os conselhos, escondo-me das soluções possíveis e arrisco cada vez mais num lugar outro que não me traz a menor confiança. Também não tenho confiança em mim, nem em ti, nem nas palavras, nem no silêncio. Não vejo lugar possível, ombro amigo, lingua salgada, colo macio. Estou hoje e ontem e sempre buscando mais de mim em todos os lugares e o que ouço, vejo, sinto e cheiro é poeira, ventania, tempestade. Acho que desapareci no minuto em que nasci. Talvez tenha voltado para lá, onde era úmido, quente, carinho. Canso muito de toda esta terra árida, de pessoas áridas, de amor árido, de sempre fome na boca e coração sozinho. Sofro de falta e é um sofrimento doído, estridente e também árido. A tempestade que se aproxima não molha o seco que a vida é. Água sem molhar é igual a coração sem amar, boca sem beijar, pele sem tocar, corpo sem dançar, religião sem fé, crime sem castigo. É por isso que sofro de alergia, porque tenho terra na garganta e não tenho água para fazer lama.

17 fevereiro, 2007

E eu que estou com um sorriso besta na cara, com o coração a mil e todos os poros vibrando com todas as emoções boas possíveis... Dia feliz!!!!!! Ouvir sorriso sincero de criança é bom, melhor, muito melhor, ainda mais se a criança em questão é desejada, esperada e já amada. Melhor ainda é poder ver o sorriso daqueles que gostamos, ver que as esperanças se renovam e que os nossos sonhos podem sim ser realidade. Hoje estou como quem se diverte em um parque pela primeira vez: Deslumbrado, excitado, apaixonado. Feliz, muito feliz. Bom carnaval para você também.


Bom dia!!! Eu já vou me botar porque hoje é o primeiro dia do resto de nossas vidas!

16 fevereiro, 2007

"Com a lucidez dos embriagados, haviam-se reconhecido desde o primeiro momento. Ou talvez estivessem realmente destinados um ao outro, e mesmo sem o álcool, numa rua repleta saberiam encontrar-se. O fulgor nos olhos e a incerteza intensificada nos passos fora a pergunta de um e a resposta de outro." Caio Fernando Abreu.

14 fevereiro, 2007

Hoje me surpreendi com a data: 14 de fevereiro. Acho que não queria saber do tempo, dos dias... Não queria saber que tenho contas a pagar, textos para estudar, pacientes para atender e mais algumas infinidades de obrigações. Não queria ter obrigações. Hoje, o que eu queria mesmo era poder sentar no chão de algum lugar familiar, ver fotos antigas, contar histórias e me saborear com as histórias de uns poucos queridos que gostaria estivessem por perto. Poderia ser de dia ou de noite, tanto faz, nessas horas o tempo não conta. O que importa é o gosto do amor que a gente leva junto. Importa poder estar perto, de pé no chão, música no som, memórias no ar. Queria poder deitar minha cabeça no colo de uma amiga querida que hoje dorme sob a proteção de um santo chamado Paulo. Queria nós dois em algum lugar longe desta poluição de incertezas, desta algazarra de impossibilidades. Queria ouvir o seu riso... ele para mim é música. Penso em nós, assim a tristeza desaparece e o que se anuncia é contagem regressiva.

29 dezembro, 2006

Quero de novo poder começar, mais uma vez renascer a procura de um lugar, de um descanso, de uma luta, de você. Quero poder ser e ser de novo a cada segundo. Deixo para trás o tempo e levo comigo as vitórias,as derrotas, os amores, o amargo, o colorido, a fé. Trago dentro de mim os vários momentos que vivi e me entrego para os outros que virão. É assim, a vida como roda - seja gigante, seja pequena, seja quadrada, seja redonda - A vida roda e gira e volta e anda e corre e para e nada e tudo de novo e de novo num eterno e prazeroso vai-e vem que alimenta, maltrata, alegra, desespera,ilumina, cansa, esperança. Feliz 2007 para nós que somos Fênix sempre e sempre.

04 novembro, 2006

O que sinto não é mágoa. O que sinto é saudade. Pela manhã minha pele pede seu calor, meu corpo sua violência. Não dou conta do seu silêncio.

Penso em você e assim me desconstruo para mim, para os outros e principalmente para você. Descobri que você não me quer meu, me quer seu. Assim, torno-me alicerce para a sua dor e você existindo enquanto eu desapareço. Eu desgovernado, também paralisado. O que existe entre nós é um abismo que tento preencher com o amor que você não quer. Meu amor para você é saúde, para mim é veneno que tomo ao poucos. Hoje minh'alma é sombria e meu quarto é frio. Hoje já não componho melodias, o que construo são fragmentos de saudade. A dor é de você. Basta uma palavra... Cadê? Conto vagalumes. O beijo que me deu trago comigo. As promessas joguei-as no mar. Sem elas os beijos são correntes e eu me afogo sem querer voltar.

25 outubro, 2006

Andei por terras desconhecidas e achei o desconhecido em mim. Um "estranho" Freudiano. Foi como despencar em um abismo sem redes de proteção. Cai de uma altura que não me permite voltar, mas que me fez renascer numa outra atmosfera. Acho que o sapo comprado em algum lugar do velho mundo revela a necessidade de ser anfíbio e poder circular entre mundos diferentes. Posso andar, nadar, rastejar, voar. Só não posso mais ser o que era. Um dia andando por um bairro chamado "gótico" tive a nítida sensação de que já havia estado ali. Uma daquelas impressões que não sabemos explicar mas que nos marcam de uma forma brutal. A mesma sensação me invadiu ao ver uma "vitória" que voa acima da cidade. Descobri sombras em mim. Restos. Aquilo que não sei nomear e que pulsa ora como som, ora como silêncio. Eu que pensava tirar férias me vejo agitado de novo. Agora agitado de vida, de expectativas , de desejo, do novo. Correr riscos é fazer marcas. Hoje sou traço de tudo que vi e que ainda, um dia, será desenho.

25 agosto, 2006




É isso.